É notavel que a Marvel está sim em sua pior fase nos cinemas, e o quarto filme de Capitão América vem com uma abordagem um pouco diferente tentando estabelecer algo novo.
O longa faz um trabalho competente ao estabelecer Sam como o novo Capitão América. Como visto na série “Falcão e Soldado Invernal”, Wilson assumiu o escudo após superar diversos obstáculos e enfrentar a rejeição de parte da população. Agora, ele já está consolidado no papel, enfrentando novos desafios ao lado de seu braço direito e sucessor como Falcão, Danny Ramirez. A trama principal gira em torno do roubo de um carregamento de Adamantium refinado, o que, claro, é apenas a ponta do iceberg.
Um novo Capitão
No entanto, o filme começa de forma arrastada. O ritmo lento do primeiro ato pode testar a paciência do público, que espera algo mais dinâmico de um filme do Capitão América. Felizmente, conforme a história avança, somos apresentados a um dos maiores acertos do longa: Giancarlo Esposito como o vilão Coral,. Líder da Serpente, uma organização criminosa global, Coral é um antagonista inteligente e articulado. Esposito, veterano em papéis de vilão, porém o ator poderia ter sido muito melhor aproveitado, sentimos que ele é uma ameaça, mas fica um sentimento de “quero mais”.
Harrison Ford como Thunderbolt
Outro destaque é Harrison Ford como o General Thaddeus “Thunderbolt” Ross, agora presidente dos Estados Unidos. Sem o icônico bigode do personagem original, Ford entrega uma performance imponente e cheia de nuances, adicionando um novo peso ao papel antes interpretado por William Hurt, falecido em março de 2022. Ford conseguiu entregar uma ótima atuação e fazendo jus a interpretação de Hurt no passado.
O grande diferencial de “Admirável Mundo Novo” está justamente em seu protagonista. Sem superpoderes, mutações ou soros de supersoldado, Sam Wilson é um herói humano. Ele depende de sua inteligência, habilidades de combate e de um traje tecnologicamente avançado, o que torna cada batalha um verdadeiro desafio, como por exemplo no momento de Climax do filme onde ele luta contra o Hulk Vermelho, Sam precisa utilizar de sua experiencia em combate, misturando técnica, estratégia e técnologia para ganhar a luta, fazendo um bom uso de seu uniforme concedido pelos Wakandanos, tendo ali a mesma técnologia de absorção de impacto que tem a roupa do Pantera Negra.
A ação é um dos pontos altos do longa. Diferente das últimas produções da Marvel, que exageraram no CGI e nos efeitos especiais, aqui as coreografias de luta são bem executadas e envolventes. Os combates são mais físicos e estratégicos, remetendo ao estilo do excelente “Capitão América: O Soldado Invernal”. A direção de Julius Onah brilha nesses momentos, utilizando enquadramentos dinâmicos e cortes bem pensados para maximizar o impacto das cenas de ação.
CGI deixa a desejar
Por outro lado, os efeitos visuais não estão entre os melhores da Marvel. O Hulk Vermelho, por exemplo, se beneficia da experiência do estúdio com o modelo 3D do Hulk de Bruce Banner, mas ficou muito para traz de outros filmes da Marvel, como por exemplo “O Incrivel Hulk” lançado em 2008, onde a CGI utilizada para fazer o Hulk e o Abominalvel é perfeitamente utilizada, já aqui em certos momentos fica notavel o uso de CGI no Hulk Vermelho, deixando a desejar e perdendo um pouco a profundidade.
Outro Angtagonista que aparece no filme é o vilão Lider, interpetado por Tim Blake Nelson, que volta ao papel depois de 2008, uma curiosidade é que a pedidos do próprio ator, a aparecencia do Lider foi feita compeltamente com efeitos práticos, dispensando o uso de CGI.
Marvel desconsiderou Invasão Secreta?
Outro ponto curioso é a ausência de qualquer menção à “Invasão Secreta”. Considerando a importância do evento e suas repercussões, era de se esperar que a Marvel desse alguma explicação sobre o que aconteceu ou como isso impactou o universo do filme. O silêncio sobre esse assunto levanta a questão: a “Invasão Secreta” foi simplesmente esquecida? Nunca aconteceu? Ou a Marvel apenas decidiu ignorá-la e seguir em frente?
Vale a Pena?
Capitão América Admirável Mundo Novo: No geral, "Capitão América: Admirável Mundo Novo" é um filme sólido que traz de volta a essência do MCU, mesmo que tropece em seu início lento e tenha algumas inconsistências no universo compartilhado. Com um herói mais humano, um vilão marcante e cenas de ação bem executadas, o longa prova que a Marvel ainda sabe contar boas histórias — mesmo que precise, vez ou outra, reencontrar seu próprio caminho. – Carlos Enriki