
Coração de Ferro - Foto: Divulgação/Marvel
“Coração de Ferro” acerta em cheio quando se trata de ação: as cenas de luta são coreografadas com precisão milimétrica, misturando cortes dinâmicos e enquadramentos imersivos que mantêm o espectador na ponta da cadeira. A execução dos combates, dos confrontos corpo a corpo às sequências mais tecnológicas com a armadura, é, sem dúvida, o grande destaque da produção.
Mais tropeços do que acertos
No entanto, a série tropeça ao desenvolver a motivação de Riri Williams. A justificativa genérica de “porque eu posso” raramente ganha profundidade dramática, deixando de explorar com profundidade os traumas e conflitos internos da personagem. Fica a sensação de que estamos acompanhando uma heroína brilhante, mas emocionalmente plana, cuja jornada de autoconhecimento acaba não ressoando como poderia.
O elenco de apoio, apesar de talentoso, acaba subaproveitado. Personagens secundários surgem como meros coadjuvantes de exposição: cumprem a função de explicar tecnologia ou acender o dilema moral de Riri, mas carecem de arcos próprios que justifiquem seu tempo de tela. A exceção fica por conta de um par de cenas em que ela interage com mentores em laboratórios, momentos que despertam simpatia e poderiam ter sido expandidos em flashbacks ou diálogos mais densos.
Já o antagonista, interpretado por Anthony Ramos, não convence: seu capuz e discurso de justiça social parecem reciclar vilões telegráficos de produções anteriores do MCU. A grande virada do último episódio, apesar de surpreender momentaneamente, não tem força suficiente para resgatar o investimento emocional que faltou. Em vez de catapultar a história a um novo patamar, o plot twist ecoa como recurso de urgência, sem amarra dramática sólida.
Coração de Ferro vale a pena?
Em resumo, “Coração de Ferro” vale pela adrenalina das cenas de ação e pela qualidade técnica das lutas, mas não consegue sustentar sua narrativa por falta de profundidade na motivação da protagonista — um desequilíbrio que faz até o plot twist derradeiro parecer insuficiente para salvar a série.
Coração de Ferro: “Em ‘Coração de Ferro’, a armadura brilha na luta, mas o coração da história emperra na falta de profundidade.” – Carlos Enriki
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