
Rosario - Foto: Reprodução
Felipe Vargas estreia no comando de um longa com Rosario, prometendo um terror carregado de elementos culturais e misticismo. A proposta até chama atenção: uma corretora de Wall Street presa em uma nevasca no apartamento da avó, cercada por símbolos ocultistas e segredos de família. Mas, infelizmente, a execução não acompanha a ambição.
O primeiro grande tropeço está nos jump scares. Em vez de criar tensão genuína, o filme se apoia em sustos fáceis, previsíveis e pouco eficazes. O resultado é um terror que mais irrita do que assusta. Esse problema é agravado pelo fato de os personagens não terem profundidade. Rosario, interpretada por Emeraude Toubia, até tenta carregar o peso dramático, mas o roteiro não lhe dá espaço para se desenvolver. O espectador nunca consegue se conectar de verdade com ela ou com os conflitos familiares propostos.
Rosario decepciona em alguns aspectos
Outro ponto incômodo é a forma como o roteiro tenta explicar tudo o tempo inteiro. Ao invés de confiar na inteligência do público e deixar que as imagens e a atmosfera contem a história, a narrativa insiste em sublinhar cada acontecimento, quase como se tivesse medo de ser mal interpretada. Isso acaba soando desrespeitoso com o telespectador, que é tratado como alguém incapaz de compreender subtexto.
Visualmente, o filme até tem seus momentos interessantes: a fotografia cria uma atmosfera sufocante e a ambientação na nevasca funciona como metáfora de isolamento. Porém, esses acertos não conseguem mascarar as falhas estruturais da obra.
No fim, Rosario é uma experiência frustrante. Um filme que tinha potencial para ser um terror singular, mas que se perde em clichês, personagens unidimensionais e um roteiro que não confia na própria força. Sai da sessão com a sensação de que a promessa era muito maior do que o que foi entregue.
Rosario: Rosario pode divertir se você esta sendo apresentado ao filmes de terror, mas se torna uma experiencia frustrante para os veteranos do gênero – Carlos Enriki